Apesar de todas as dificuldades logísticas, o ano de 2022 foi muito positivo para a BMW Motorrad, a divisão de motocicletas da marca alemã. A empresa obteve um recorde histórico de vendas no ano passado, com 202.895 unidades comercializadas em todo o mundo, o que representou um aumento de 4,4% sobre os resultados de 2021.
Neste cenário, a divisão brasileira da marca segue crescendo em importância diante de outros mercados. Foram 13.051 motos da BMW emplacadas por aqui no ano passado. Além de um crescimento de 17% sobre 2021, o número também consolidou a marca como a mais popular do segmento premium. O Motor1.com Brasil teve uma conversa exclusiva com Julian Mallea, CEO da marca, para discutir os resultados e o futuro da BMW Motorrad do Brasil.
Fábrica de Manaus (AM) foi estratégica para o resultado
BMW F 900 R nacional – Início da produção em Manaus (AM)
Vale lembrar que só existe uma linha de montagem da BMW Motorrad fora da Alemanha e é justamente a planta da empresa situada em Manaus. Comparada aos números globais, a participação brasileira nas vendas foi relativamente pequena, de cerca de 6,4%, mas sua importância regional é grande.
Em 2022, o mercado brasileiro ultrapassou o da Espanha em vendas de motos da BMW. A linha de montagem de Manaus foi de grande importância para o resultado. Julian Mallea afirmou que “a fábrica foi um pilar da BMW e continuar tendo importância estratégica nos próximos anos”. Basta dizer que o mercado brasileiro foi o que mais vendeu motos da marca na América Latina ao longo do ano passado.
O CEO da BMW também analisou que “a fábrica foi o que nos ajudou a passar a crise de logística do ano passado”. Mallea diz que a linha de montagem precisou superar vários obstáculos com fornecedores, mas a flexibilidade da fábrica ajudou a manter os produtos sendo entregues. Tanto que a BMW foi a marca premium mais vendida do ano passado e cresceu 6,75% em comparação com 2021.
O zelo da BMW com a linha de montagem manauara continua. Em outubro, a Motorrad do Brasil anuncia investimento de R$ 50 milhões na fábrica. O aporte chegará ao longo dos próximos anos, até 2025, e já tem destino certo. Um deles é o lançamento de 7 novos produtos até lá, sendo 4 produtos inéditos e 3 renovações. A primeira novidade nacionalizada já chegou: a F 900 R.

O aporte entre 2022 e 2025 servirá para o incremento de áreas produtivas como qualidade, produção, logística e expedição. O investimento na planta, também prevê aumento de 25% na capacidade produtiva, 20% na mão de obra direta e 50% na área útil da planta. Com isso, a capacidade instalada da linha de montagem deve passar das atuais 15 mil unidades anuais para 19 mil unidades por ano.
Outro objetivo é a abertura de um terceiro galpão dentro da fábrica de Manaus. Com ele, a BMW pretende abrir um centro de distribuição, atenção assim a dependência do centro da empresa em Itajaí (SC), que também atende à fábrica de automóveis da BMW em Araquari, no estado catarinense.
Apesar do horizonte de expansão para o mercado brasileiro, Julian Mallea informou que a BMW Motorrad do Brasil pretende “repetir os resultados do ano passado em 2023, (apesar de ser) difícil saber o quanto. Pretendemos crescer mais que o segmento premium, mas temos um otimismo com cautela”.
Nova BMW R 1300 GS no Brasil ainda em 2023?

A atual BMW R 1250 GS é o produto mais importante da empresa no mercado brasileiro, sendo o mais vendido de 2022 da marca. E já flagramos a sua substituta, a R 1300 GS, rodando em testes. A matriz da Motorrad também publicou um teaser nas redes sociais deixando entender que seu lançamento seria próximo.
E não é só no Brasil que a R 1250 GS e suas variantes são importantes. Das mais de 200 mil unidades vendidas em todo o mundo no ano passado, cerca de 60 mil dessas motos eram da icônica aventureira da BMW. Então, toda vez em que a GS muda, é algo relevante para todos os mercados. Julian Mallea afirmou que a BMW Motorrad tem planos de apresentar um novo modelo no Brasil até o final de 2023, mas não quis dizer exatamente qual.
Quando questionado sobre a nova R 1300 GS, o executivo confirmou que não é segredo que a novidade virá de fato para o Brasil, mas que ainda não haveria um dado certo para isso. Mas o executivo também explicou que a linha de montagem de Manaus precisa de entre 6 a 8 meses para se adaptar a um novo produto. Pode ser um tiro no escuro, mas também não é difícil de imaginar que a linha GS mantida continue sendo construída no Brasil e, se ela for apresentada na Europa ainda no primeiro trimestre, teria chances de desembarcar por aqui ainda neste ano.