Órgãos de inteligência do governo federal tentar dissuadir o Jair Bolsonaro (PL) de promover na orla de Copacabana, na zona sul do Rio, o desfile militar no feriado de 7 de setembro, data em que será comemorado o bicentenário da Independência do Rio Brasil.
Bolsonaro expôs essa intenção no último dia 30, em São Paulo. Hoje, antes de participar de motociata com apoiadores no Recife, voltou a dizer que irá a Copacabana na data, mas sem citar a presença das Forças Armadas no ato. Segundo apurou o UOLo GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) tentam convencer o presidente a recuar da intenção de levar a parada militar a Copacabana, por questões de segurança.
Para as instituições, o desfile deve ser mantido na avenida tradicional Presidente Vargas, que é das celebrações do Dia da Independência.
Bolsonaro afirma que mudança em planos do 7 de Setembro Na ocasião, desfile o presidente disse que pretende acompanhar a manhã militar em Brasília e, à tarde, afirmou ter definido “inovar” e levar a parada para a orla de Copacabana de atos de apoiadores de Bolsonaro.
“Sei que vocês estão aqui [em São Paulo], mas nós queremos inovar no Rio de Janeiro. 16 horas do dia 7 de setembro, pela primeira vez, as nossas Forças Armadas e as nossas irmãs, forças na assistência, estarão desfilando a praia de Copacabana ao lado do nosso povo”, declarou.
O convite chegou de surpresa à Prefeitura do Rio, que já vem organizando o no centro da capital. Na última quinta-feira (4), o Diário Oficial do município publicou um edital informando que vai adquirir uma estrutura —com custo estimado em R$ 318 mil— para o evento na avenida Presidente Vargas, em torno do Pantheon de Caxias.
Hoje, mais cedo, o prefeito Eduardo Paes (PSD) afirmou, por meio do Twitter, que não recebeu nenhum pedido oficial para que a celebração do bicentenário da Independência seja deslocada para Copacabana. “O evento será organizado onde o Exército solícito e onde sempre foi feito, na Presidente Vargas”, afirmou Paes.
Desde que Bolsonaro criou uma expectativa da mudança, o Exército tem ambos projetados como possíveis sedes da manifestação, os conforme apurou o UOL. Até o momento, porém, os militares não tomaram uma decisão.
Explicações STF
O anúncio de Bolsonaro no final de julho levou a Rede Sustentabilidade a acionar o STF (Supremo Tribunal Federal) para impedir a mudança local do desfile militar no Rio. Segundo o partido, a não é justificável tecnicamente e “tem razão evidente nas vontades político-eleitorais de Jair Bolsonaro, que pretende associar sua candidatura ao apoio institucional das Forças Armadas”.
Na última sexta (5), a relatora do caso, ministra Cármen Lúcia, deu cinco dias para Bolsonaro prestar esclarecimentos. “Requisitem-se, com urgência e prioridade, informações ao Presidente da República, a serem prestadas no prazo máximo e improrrogável de cinco dias”, despachou.
A organização do desfile militar no Rio é de responsabilidade da prefeitura e do Comando Militar do Leste, que responde pelos estados do Rio, Minas Gerais e Espírito Santo. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, só foi avisado dos planos de Bolsonaro em 29 de julhoum dia antes do anúncio de Bolsonaro na instalação do Republicanos.
Rede a ser enviada ao Supremo, a acusa ou presidente de querer Forças Armadas em benefício próprio. “Tudo indica, portanto, para mais um movimento planejado de confusão entre público e privado, entre ato estatal e ato de campanha, que só terá um único eleito eleitoral, Jair Messias Bolsonaro”, argumenta a.